terça-feira, 4 de maio de 2010

Pequeno fluxo de consciência

...tenho me sentido oco ultimamente. Um oco tão profundo que nada me preenche. Pobre corpo que sente apenas o superficial, o trivial, o simples, pois não possui o que é mais importante para sentir o que há de verdadeiro no mundo: uma alma. E o oco me leva a uma vida sem sentido, sem rumo, sem prumo, com o vento atirando a minha proa em direções equívocas ao seu bel prazer. Vejo pessoas falando de coisas belas. Sei que são belas por que dizem que assim o são, mas não sinto da mesma maneira. Mas também não sinto de maneira contrária. O que será que eu sinto então? A euforia do corpo quase sempre se contrapõe ao vazio da alma. Se depois da tempestade sempre há calmaria, o inverso também é válido para mim. Sinto o medo da morte. Seria isso um sinal de minh'alma náufraga pedindo socorro? Não, não é. O medo que sinto é o medo da carne. É o medo de não mais sentir a euforia hipócrita do corpo, de não mais existir. Medo de não mais ser, esse não tenho certeza se tenho. Se tivesse tal certeza, talvez fosse menos oco. Conheço quem ocupe esse vazio crendo na certeza do incerto, do divino. Desse remédio eu prefiro não me valer, não sei se feliz ou infelizmente...

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